A Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-Cut) considerou insuficiente a nova
proposta de reajuste salarial feita pela Federação Nacional dos Bancos
(Fenaban), neste sábado, e vai recomendar que os profissionais do setor
rejeitem, em assembleias que irão ocorrer na segunda-feira à noite, os termos
oferecidos pela federação.
Segundo a Contraf, nessa oitava
rodada de negociações, a Fenaban elevou de 7% para 7,35% a proposta de reajuste
salarial e de 7,5% para 8% o aumento do piso da categoria, o que significa um
aumento real (acima da inflação) de, respectivamente, 0,94% e 1,55%. A inflação
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 6,35% nos 12
meses encerrados em agosto. O modelo de pagamento da participação nos lucros e
resultados (PLR) seria o mesmo do ano passado, mas agora com um reajuste de
7,35% nos valores.
— Essa proposta ainda é
insuficiente. Não só na questão econômica, mas também insuficiente pela
ausência de outros itens, como o fim das metas de vendas de produtos — disse
Carlos Cordeiro, presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional dos
Bancários.
As assembleias que irão ocorrer
na segunda-feira servirão para que os trabalhadores aprovem ou não a
contraproposta da Fenaban. Cordeiro afirmou estar confiante que todos irão
rejeitar os reajustes oferecidos, dando início à greve na terça-feira. Desde a
última quinta-feira a categoria já havia aprovado o indicativo de greve,
respeitando o prazo de 72 horas para dar início à paralisação de fato.
A reivindicação dos
trabalhadores, representados pela Contraf, é de um reajuste de 12,5% e PLR de
três salários, além da parcela adicional de R$ 6.247. Os bancários também
reivindicam, entre outros pontos: pagamento do 14º salário; vales alimentação,
refeição, alimentação e auxílio creche/babá equivalentes a um salário mínimo
(R$ 724) por mês para cada um dos benefícios; e o fim das metas consideradas
abusivas.
Cordeiro afirmou ainda que a
categoria deseja mecanismos que aumentem a segurança nas agências. Segundo ele,
70 profissionais da categoria morreram no ano passado vítima de violência nos
pontos de atendimento bancário.