Idosa da cidade de Várzea do Poço, com mais de 80 anos.
Ter fé é crer firmemente em algo,
sem ter em mãos nenhuma evidência de que seja verdadeiro ou real o objeto da
crença. Este termo vem do grego pi.stis, traduzido por confiança, firme
convencimento. Assim, a palavra fé pode ser entendida como acreditar, confiar.
A fé não demanda provas materiais, pode surgir sem nenhum motivo aparente,
estar ligada a razões ideológicas, emocionais, religiosas, ou a outra razão
qualquer.
A fé pode ser cega, nascida da
confiança irracional em algo ou alguém, e dentro de uma religião como, por
exemplo, o catolicismo, ser baseada em dogmas – diretrizes estabelecidas pela
Igreja, nas quais os fiéis crêem sem que o clero necessite dar maiores
explicações. Ela também pode ser raciocinada, como no Espiritismo, que caminha
junto à Ciência e à Filosofia, portanto, segundo esta doutrina, razão e
sentimento devem se unir para construir uma crença nascida do conhecimento, uma
vez que a fé não surge por um milagre no interior do homem, mas é edificada,
porém também aqui não se foge da necessidade da confiança e de algumas certezas
instintivas.
As experiências de cada um,
intransferíveis e totalmente pessoais, dão origem a esta energia ou sentimento,
ou como se queira definir a fé. Ela pode ser dividida com as pessoas à nossa
volta na forma de narrativas históricas ou obras de arte, e até mesmo sob o
aspecto de depoimentos espirituais, de vivência interior. Todos nós, segundo
pesquisadores, temos no nosso íntimo, em estado latente, o poder da fé, ou
seja, de tornar real tudo que desejamos alcançar, através do exercício contínuo
da vontade determinada, contumaz, focada nos objetivos que almejamos
concretizar. Atualmente, a literatura de auto-ajuda aposta justamente nesse
potencial humano, na capacidade de alcançarmos tudo aquilo que aspiramos, por
meio da exploração de condições ainda pouco conhecidas de nossa mente, entre
elas a fé, mas que estão certamente presentes em cada indivíduo.
É essa energia que alimenta todas
as crenças e religiões do planeta, desde os primórdios da humanidade. Milhares
de pessoas freqüentam os templos mais diversos, ou se voltam para seu santuário
interior, no exercício dessa força, buscando consolo ou respostas para suas
indagações e problemas cotidianos. O que mantém essa prática viva ao longo de
milênios é que a humanidade tem encontrado muitas vezes o que busca nessas
jornadas espirituais, e pode assim testemunhar o poder da fé. E o que importa
aqui não é como se conseguiu obter resultados com esta energia, pois o adepto
de cada religião encontrará explicações diferentes para a mesma experiência. O
que realmente conta são os frutos que nascem da fé, concretos demais para que
se negligencie esta força. O curioso é que mesmo o ateu, quando impulsionado
pela crença em uma determinada ideologia, obtém os mesmos efeitos.
No aspecto religioso, a fé pode
significar ser leal a um determinado culto, o que implica aceitar as regras e
pontos de vista dessa religião, ou seus dogmas, dependendo da corrente
espiritual. Fé também pode denotar um compromisso de fidelidade, por exemplo, a
Deus. Entre os judeus, ser fiel ao Talmud também expressa um laço cultural e,
mais que isso, é igualmente uma questão de identidade. Aliás, em outras
comunidades religiosas a religião é, da mesma forma, uma questão de identidade
cultural. Segundo as Sagradas Escrituras, o homem foi criado à imagem e
semelhança de Deus, portanto, conforme o pensamento de alguns estudiosos sobre
o poder da fé, com este instrumento divino o Homem também pode criar, através
da disciplina e do direcionamento correto da vontade para um propósito
determinado. Jesus, em seus ensinamentos, teóricos e práticos, demonstrou
integralmente a importância da fé, e o seu potencial inquestionável.
Da redação do blog Mairi News